sábado, 30 de junho de 2012

DOIS BÊBADOS E UMA LINGUIÇA, DE LÉO MEDEIROS


                                             

   



sexta-feira, 29 de junho de 2012

IMAGEM DO DIA

Solidão



Foto Solidão por: Bete Maciel.

ALÔ DO DIA !!!


O alô do dia hoje vai para o Anthony Pietro, no sul da Bahia, valeu por acessar nossa página na internet.

DESTAQUE LIMACAMPENSE





Bonfim Rodrigues o DJ Coquinho que por vários anos animou  os agitos de sábado a noite, na antiga casa de show Coqueirão do grande empresário Adão em Lima Campos, agora troca as pistas de dança pela a encantadora cozinha japonesa.
Hoje ele mora e trabalha em Brasília onde o mesmo vem se destacando como "Sushiman".
Coquinho merece esse reconhecimento e um orgulho para nós, conterrâneos ter um limacampense na cozinha dos melhores restaurantes japones do país.
Parabéns!!!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

ALÔ DO DIA !!!


Alô especial de hoje é para o Hernacir Júnior ( Caruá) sempre comentando no nosso Mural de  Recados. Valeu Júnior

TELEXFREE

terça-feira, 26 de junho de 2012

TÚNEL DO TEMPO



Lima Campos Futebol Clube 1974




segunda-feira, 25 de junho de 2012

ANÍSIO PAI DE SANTO



24 de Março - Dia de Combate a Tuberculose. O Dia Mundial da Tuberculose foi lançado, em 1982, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela União Internacional Contra TB e Doenças Pulmonares (International Union Agaist TB and Lung Disease - IUATLD).A data foi uma homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, ocorrida em 24 de março de 1882, por Dr. Robert Koch. Este foi um grande passo na luta pelo controle e eliminação da doença que, na época, vitimou grande parcela da população mundial e hoje persiste com 1/3 da população mundial infectada: 8 milhões de doentes e 3 milhões de mortes anuais. Mas morrer de tuberculose é coisa do passado. O elemento querendo se curar e a família participando, procurando ajudar, em seis meses o problema está resolvido.A história que eu vou contar agora aconteceu em 1963 (Eu tinha 8 anos de idade). Foi quando “Anísio Pai de Santo” contraiu essa doença lá na Rua do Rosário de Icó-CE. Gerou tanta expectativa, que a meninada já estava para perder a paciência: Pense num tuberculoso que demorou a morrer. Eu não sei precisar quanto tempo ele ficou moribundo. Mas me lembro que o prato de comida, o copo de leite e o copo d"água que eram utilizados para servi-lo diariamente, eram colocados por debaixo da porta. E um pedaço de tecido de caqui que foi fixado na porta ficava arrastando no chão para evitar que o ar de dentro do quarto contaminasse o ar de fora.Todo mundo tinha medo de se aproximar da porta do quarto onde Anísio estava confinado esperando a hora de morrer. E nossas mães ameaçavam a toda hora: quem visitar a casa de Anísio Tuberculoso entra na palmatória.No dia que Seu Walfrido Monteiro (Farmacêutico do lugar) diagnosticou e anunciou que Anísio estava "Ave Maria, Ave Maria, Ave Maria, três vezes" com essa mazela, a família o trancou num quarto, e ninguém mais pode ver o rosto dele.Todo dia, cedinho, a irmã que cuidava dele batia na porta e falava: Anísio, Anísio... Ele demorava alguns segundos, mais respondia.Seu Walfrido já tinha garantido que o caso dele era irreversível. Nós, os meninos da Rua do Rosário, torcendo para que ele morresse logo, porque no nosso Bairro, uma noite de velório era uma verdadeira festa. Era o que se podia denominar de: Uma noite de barriga cheia.Pamonha, pão-de-ló, aluar de casca de abacaxi, canjica, mungunzá, rapadura, pão de milho, tapioca, beiju, doce de mamão, doce de batata, milho assado na brasa, sequilhos (Isso minha Tia Nenem Laurentino fazia no capricho)... Eu estou escrevendo essa história com água na boca. ôh saudade da boa...E nada de Anísio Tuberculoso morrer. Nós inventamos de fazer os sete buracos para jogar aquele jogo de sete pecados justamente no oitão da casa dele. O objetivo era somente para saber da notícia em primeira mão, como vivem fazendo alguns repórteres "Me dê seu sangue para eu sobreviver” das televisões e rádios de hoje em dia.Lembro-me do dia em que "Du Bico de Maria de Agustinho” foi escalado para perguntar a trmã de Anísio se ele tinha morrido durante a noite.A irmã de Anísio pegou ar. Ficou com sete pedras na mão; fumando numa quenga. Saiu espraguejando a gente: “Vão embora magote de urubus... Vão desejar a morte do satanás magote de diabos... Deus queira que vocês peguem essa doença também..”Até aí tudo bem. Ninguém estava preocupado. Mas quando ela disse: “Anísio está é melhorando. Ontem, durante a noite, ele estava roncando e tossindo que dava prá gente ouvir lá da cozinha... Se Deus quiser meu irmão vai escapar”.Du Bico voltou desanimado. Essa notícia deixou todo mundo triste. Parece que eu estou vendo a cara dele dizendo: “Esse tuberculoso não vai morrer tão cedo. Vamos lá prá casa de João Laurentino (80 anos de idade, na época). Ontem, Dona Belinha (Parteira e Curandeira do Bairro) botou a vela na mão dele três vezes. Aqui nós estamos perdendo tempo. Vamos prá lá. Seu João Laurentino vai morrer primeiro do que esse aí”. Du Bico estava certo. Seu João Laurentino morreu na noite do sábado. Porque ele era boêmio, seresteiro, nesse dia até serenata teve. Está passando um filme aqui na minha cabeça. Parece que eu estou ouvindo Adalberto de Zuíla batendo violão, Fumo de Zé Pretinho moendo no pandeiro, e Toím, meu primo, soltando a voz no oitão da Igreja do Rosário: “Sertaneja eu vou-me embora, a saudade vem agora, a alegria vem depois”. Isso a meia noite. A viúva, já velhinha chorava pouco. Em compensação, uma afilhada que morava na casa do finado, chorava que soluçava. Chamava a atenção de todo mundo que estava no velório.Essa moça tinha um filho já rapazinho, na época. Batizado sem o nome do pai. E naquela noite, enquanto a pobrezinha se descabelava chorando, as fofoqueiras da Rua do Rosário começaram a olhar para o retrato de Seu João quando ele era jovem; um retrato que ele tinha tirado em Fortaleza quando foi servir à Marinha do Brasil.Minha Tia Isabel sempre foi indiscreta: Tirou o retrato da parede e chamou as outras amigas para examinar. Só se ouvia os cochichados: “o pau da venta é igual”. Outra dizia: “minha irmã, a sobrancelha e os olhos tiram a mãe da culpa..” Pouco tempo depois estava completo o DNA: Tia Nenem chegou e oficializou: “Eu examinei as unhas dos pés. Esse rapaz é filho do finado”. Pois vocês me acreditem, elas só sossegaram quando contaram esse segredo a viúva legítima. O resto vocês podem imaginar.E enquanto tudo isso acontecia, a meninada aproveitando e enchendo a barriga de “mangaio”. Os buchos em tempo de estourar. O velório virava festa. Quase ninguém se lembrava que tinha um defunto na sala da casa. Pense numa coisa que a gente tem saudade. Os amigos que eu considero verdadeiros são aqueles do Bairro do Rosário. Hoje, quando alguém me magoa por qualquer motivo banal, eu engulo calado. Eu não posso reagir. Cadê os meus amigos? Cadê Bonfim de Bia Laurentino, Fransquim de Berenice, Zé Pela Pau, Du Bico, Cíço de Nêga, Cucua, Luiz de Maroca, Finfa de Macial, Natim de Geraldo Félix, Bocoió de Assis Félix, Ivan Matraca, Adelmo de Ana Lúcia, Manoel Guabiraba, Zé Pereira, Dedé de Bia, Eimar de Jurema, Rolim, Cabo Neto, Esquerdinha...? Estão todos espalhados pelo meio do mundo. Hoje qualquer pé-rapado faz de mim gato e sapato, porque os meus verdadeiros amigos estão muito longe. E alguns até já viraram estrelas.

Do livro: João Dino, Histórias, Estórias, Crônicas e "causos".

PIRÃO ESCALDADO


Se expulsos e/ou mortos no final do século XVll, ou se foram aculturados no processo de caboclização, os índios de antes do nascimento do Reino do Louro deixaram marcas profundas na vida dos habitantes de Icó e Lima Campos.
Uma das marcas é a cultura da mandioca, que os Tupis difundiram entre os nomâdes Tapuias, que assim ficavam sossegados mais tempo em um mesmo lugar, ocupados em colher e transformar tubérculos em farinha d'água e carimã.
Se a mandioca reinava entre os índios, transferiu seu reinado às mesas brasileiras de hoje, através das tapiocas, dos beijus, mingaus e bolos de puba, e do pirão, essa instituição nacional.
Para o folclorista Câmara Cascudo, pirão é sinônimo da própria alimentação brasileira:

"Está na hora do pirão": "Farinha pouca. meu pirão primeiro". "Sem pirão, não vai não!": "Com mulher e pirão, faz-se a função". "Sem pirão. não há eleição!": "Por cima do pirão basta um engano"

Câmara Cascudo aponta a existência de dois tipos clássicos de pirão de farinha de mandioca.
Um desses tipos é o pirão cozido ou mexido, em que a farinha vai sendo adicionada ao caldo fervente até que fique no ponto, adquira consistência.
É herdeiro de Além-Mar, dos caldos engrossados de cereais, papas e purês da alimentação camponesa européia, que os portugueses trouxeram para o Brasil e adaptaram à farinha local.
Outro tipo é o pirão escaldado, indígena, que acompanha as peixadas brasileiras, inclusive a Peixada de Lima Campos.

Pertenceria inicialmente, aos simples "escaldados". caldo quente sobre farinha, citados pelos cronistas quando o Brasil amanhecia. Esse pirão escaldado, o legítimo brasiliense, pré- colombiano, mais conhecido e mantido nos sertões e praias.
Provaria maior persistência popular porque exige "sabedoria" para espalhar o caldo quente no monte de farinha...(CASCUDO, Luís da Câmara. História da alimentação no Brasil-3.ed.São Paulo: Global.2004.)

Do livro: Bem Vindo ao Reino do Louro e da Peixada. ( José Mapurunga ).

A CRUZ DO CAVALCANTE


Quando o açude Lima Campos ainda estava no papel, havia nas proximidades da atual barragem do açude, local hoje submerso pelas águas, a Cruz do Cavalcante, erguida em intenção da alma de José Cavalcante Luna de Albuquerque, juiz de paz do lugar Telha, hoje Iguatu, ali assassinado.
Foi mais um dos crimes a mando de João André Teixeira Mendes, o Canela Preta, personagem dos mais curiosos da crônica antiga do Icó e que tem seu apelido ligado ao sobrado onde ele residiu.
Bela construção que hoje pode ser admirada no Largo do Théberge, ao lado da igreja de Nossa Senhora da Expectação e de outros prédios históricos importantes, como Casa de Câmara e Cadeia, Teatro Ribeira dos Icós, Sobrado do Barão do Crato e Igreja do Senhor do Bonfim.
No momento do crime o juiz  vinha acompanhado de um séquito de vinte seguranças, que debandaram covardemente ao primeiro disparo vindo dos matos, onde os assassinos estavam de tocaia.
Os criminosos, em número de dois, então se aproximaram da vítima e desdenhando da escolta fugitiva chegaram a chupar algumas laranjas que estavam no bornal do morto.
O cadáver do magistrado foi conduzido ao Icó e a consternação dos seus amigos e correligionários foi a portas fechadas.
E não houve autoridade que se atrevesse a fazer o corpo delito, porque mais de trinta capangas armados, do Canela Preta, estavam nas ruas da vila, ameaçando.
Miguel Pité, o pistoleiro que atirou no juiz Cavalcante, também foi ao Icó, se gabando que iria mandar consertar seu bacamarte, porque tinha mirado na menina dos olhos do juiz e tinha acertado na sobrancelha.
O crime teve origem na desordem e caos que reinava nos sertões logo após à independência do Brasil, quando a lei do trabuco era a única lei que fazia sentido.
Relaciona-se mais especificamente aos acontecimentos da confederação do Equador, a revolução republicana de 1824, quando os rebeldes liberados por Tristão Gonçalves de Alencar ocuparam o Icó e o Canela Preta, partidário da monarquia, levou uma tremenda surra de cacete a mando de um parente do juiz Cavalcante que fazia parte das tropas de ocupação.
Escapou de morrer porque uma de suas filhas sentou sobre sua cabeça, impedindo que pauladas a atingissem.
Quando a Confederação do Equador foi derrotada, o Canela Preta, ainda convalescendo do ataque que sofreu, tornou-se capitão-mor do Icó.
Estando "por cima" na política, passou a exterminar além dos membros da família Cavalcante, todos aqueles que espressaram qualquer contentamento com a surra que levou quando estava "por baixo".
Foi quando ele instituiu um governo provisório monarquista no Icó, a "Comissão Matuta" presidida pelo o padre Felipe Benício Mariz, seu irmão, que executou sumariamente cinco de seus desafetos sob a acusação de serem republicanos.

Do livro: Bem Vindo ao Reino do Louro e da Peixada ( José Mapurunga).

ALÔ DO DIA !!!


O alô do dia hoje vai para Josué Degno conterrâneo que reside em na cidade de Forquilha na região norte do estado.

domingo, 24 de junho de 2012

1º ARRAIÁ DO "CUMPADI MOCÓ"

IMAGEM DO DIA

Bananeira


Foto: Bete Maciel.

1º ARRAIÁ DO "CUMPADI MOCÓ"













A VINGANÇA DA DOIDA


Diazepam, Valium, Luminal, Gardenal, Benzodiazepina, Metildiazepinona, Deacepin, Barbitúrico... Que os cientistas descobridores desses medicamentos prestaram relevantes serviços à humanidade, ninguém tem dúvidas disso... Que os avanços da medicina erradicaram os doidos que faziam presepadas nas ruas, também é uma realidade. Mas para o folclore nordestino o desaparecimento dos doidos das cidades causou prejuízos... Pelo menos eu, não vejo graça numa cidade sem doidos. Não estou me referindo a esses malucos modernos que fazem de seus veículos armas perigosas e que matam e morrem no trânsito; Também aos malucos que usam drogas alucinógenas adquiridas de traficantes marginais, e que chegam a destruírem famílias inteiras... Refiro-me aos doidos que interagiam com os meninos de rua que não conheciam outros meios de entretenimento, e que inocentemente se divertiam aperreando doidos.Até meados dos anos 60, todas as cidades tinham muitos doidos. Alguns sobreviventes viraram celebridades, e hoje são entrevistados por apresentadores de rádios e TV's.Você que tem a minha idade (5.5) deve estar lendo este texto morrendo de saudade dos doidos.Em um minuto eu me lembrei de 11 doidos, contemporâneos da minha infância e adolescência, que conheci entre as cidades de Icó e Orós. MaIs que isso: Recordei o nome de cada um, os apelidos e os gestos que a gente fazia para irritá-los. Os doidos de ruas (Vou excluir os de famílias ricas que eram mantidos acorrentados ou enjaulados): Maria Vaca-Preta, Romana Caboré, A Doida do Jornal, Chica Gaitada, Frutuoso Fedorento, Carlito Doido, Uba-Uba, Deó, Hélio Doido, João Brandão e Ronaldo Zagueiro (Esse ainda é vivo... Há quem acredite que ele está sarado... Mas eu, particularmente, acho que ele não se curou... E vou provar... Quando ele souber que eu o coloquei nesse rol, vai dar uma grande gargalhada... E isso, prá mim, é coisa de doido).Pois bem meus amigos... Tem o dia da caça e o dia do caçador... Eu e meu amigo Luiz de Maroca passamos por um pedacinho que nós não desejamos a ninguém... Vou contar porque sei que os seres humanos adoram fazer graça com a desgraça alheia...As máquinas da usina de Eliseu Batista, de Orós-CE, após beneficiarem o algodão, separavam os caroços para fabricação de óleo comestível. Esse processo produzia uma borra, um resíduo. Essa borra de óleo era expelida por uma tubulação, numa quantidade que chegava a poluir o riacho, antes do destino que era o Rio Jaguaribe. Alguém descobriu que aquela borra de óleo servia para fabricar sabão. Dezenas de pessoas se aglomeravam nesse riacho coletando esse resíduo. Eu arrumei um sócio para essa empreitada:Meu amigo Luiz de Maroca. E numa segunda-feira das férias do mês de julho de 1966, nós saímos de casa 5 horas da manhã, conseguimos uma área privilegiada para coletar esse materialPtrabalhamos até o meio dia (Quem diz que trabalho prejudica menino não sabe o que está dizendo. Menino que trabalha e ganha o seu próprio dinheiro, já cresce cidadão, jamais vai dar trabalho aos pais e às polícias). Uma lata de flandres de 20 litros dava para fazer 10 barras de sabão. Empreendedor como eu sempre fui, nossas barras de sabão eram carimbadas com as letras JD & LM. Abreviaturas dos nomes João Dino e Luiz de Maroca. Coletar a borra da usina com uma colher de pau, separando o óleo do caroço de algodão da água do riacho, artesanalmente, transportar até o Alto dos Custódios subindo um km, cortar lenha para queimar e ferver essa matéria prima, confeccionar as barrinhas de sabão etc., tudo isso era moleza; Difícil mesmo era vender, porque a concorrência era grande. Nossa produção de 40 barras de sabão por semana eu comercializava em Icó. Meio dia, nós concluímos a coleta da 2ª lata de borra. Amarramos os paus das latas com cordas. Um caibro de três metros servia como gangorra para aliviar o peso e conduzir as duas latas para o quintal da casa do meu sócio, onde funcionava a fábrica. Anda, descansa, troca a posição de um ombro para o outro, ajeita a rodilha de pano que servia de forro etc., uma hora da tarde estávamos nós a 10 metros de casa, na parte de maior aclive da ladeira (Orós foi construída entre duas grandes serras. Não existem ruas planas).Nesse trecho do caminho não tinha como colocar as latas de borra no chão. A gente era obrigado a subir num fôlego só. Pois foi justamente nesse ponto crítico que Chico de Zé Sabugo, o menino mais ruim que o Criador despejou na face da terra, apareceu balançando um chocalho na mão, aboiando e aperreando a doida Maria Vaca Preta. Maria era uma doida valente. Pesava uns 100 kg. Tinha mais força que uma jumenta embuchada. Usava um vestido preto cobrindo o mocotó. Quando ingeria um oito de cachaça na bodega de Dedé de Bia Laurentino, ela saia mordendo os beiços, espumando pelos cantos da boca, cabelo arrepiado, pés descalços... Pense numa marmota que aterrorizava a cidade.Essa doida enfurecida foi até a cerca da casa de Vó, retirou uma vara de 2 metros e fez carreira prá bater em Chico.O infame, propositadamente, veio para o nosso lado e ficou se protegendo por trás das latas cheias de borra de óleo. A doida levantava a vara com as duas mãos e baixava para acertar na cabeça dele. O desgraçado se abaixava e a vara batia nas latas com tanta força que doía nos ombros da gente.Enquanto isso eu e meu sócio permanecemos parados. Tremendo de medo mas sem poder fazer nada.De repente ela mudou de idéia... Doido é doido... Desistiu de acertar o peste do Chico de Zé Sabugo, arregalou os olhos, me encarou a curta distância, levantou a vara, mirou bem no meio da minha cabeça, e golpeou imitando os campeões de lutas marciais.Eu não pensei duas vezes; soltei no chão o caibro que estava no meu ombro segurando as latas de borra de óleo, e saí correndo.Ainda hoje eu me lembro da cara do meu sócio Luiz de Maroca, com os olhos cheios d’água, olhando os 40 litros de matéria prima, coletados com tanto sacrifício, escorrendo ladeira abaixo. Perdemos todo o nosso trabalho. E a doida ainda achou pouco o que fez... Ficou pisoteando as latas de flandres e se lambuzando com a borra de óleo.Para completar, tivemos ainda que suportar os insultos dos nossos vizinhos: Estão vendo aí... Isso é castigo para vocês deixarem de aperrear os doidos. Intenção de sangrar o causador desse prejuízo, Chico de Zé Sabugo, no estilo do saudoso Capitão Virgulino Lampião, a gente teve. Mas além de ser bem mais forte do que nós, ele tinha fama de arrochado, e andava armado com uma peixeira. Conclusão: Optamos por deixar prá lá... Quando chegar lá nas profundas ele pagará o que nos fez (Os “cabras” frouxos pensam assim. Já dizia meu pai...) .

Do Livro: João Dino, Histórias, Estórias, Crônicas e "causos". ( João Dino)

terça-feira, 19 de junho de 2012

ALÔ DO DIA !!!


O alô do dia hoje vai para o Marcos de São Paulo.
Marcos é do Cascudo e trabalha na capital bandeirantes São Paulo.
Sempre ligado no Blog do Lacy, valeu Marcos!!!!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

LOMBADA JÁ !!!!

MORADORES DO CONJUNTO GH2 EM ICÓ REIVINDICAM UMA LOMBADA EM FRENTE A ESCOLA Dr.JOSÉ ALMIR ALVES FERNANDES TÁVORA FILHO.ULTIMAMENTE MENORES SEM HABILITAÇÃO E SEM O USO DEVIDO DO CAPACETE, PASSAM EM ALTA VELOCIDADE PONDO EM RISCO A VIDA DE CRIANÇAS E PESSOAS QUE TRANSITAM NO LOCAL.AINDA FAZEM DISPAROS COM CANO DE ESCAPAÇÃO DA MOTO E ACELERAM MUITO FORTE, SE FOR PRA CHAMAR A ATENÇÃO DA POPULAÇÃO JÁ CONSEGUIRAM, SÓ RESTA AGORA CHAMAR A ATENÇÃO DAS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS.

LOMBADA JÁ!!!!



POEMA E LITERATURA


 

Você tem um sabor

Do fruto do desejo

A fragrância da flor

O gosto de um beijo



Você tem a ternura

O sorriso de criança

A essência que cura

Sabor da lembrança



Você tem o sorriso

E um beijo gostoso

No instante preciso



Você como colosso

Tem corpo cheiroso

Perfume do paraíso



Poema do Professor e Poeta: (Nonato Bertoldo)





NA SECA DE 1932


No inverno de 1931 choveu pouco e houve, portanto, baixa produção de cereais.
Por isso, a seca de 1932 pegou o sertão com pouquíssima água nos mananciais e quase nenhuma reserva de alimentos.
A Catástrofe mostrou sua cara logo nos primeiros meses daquele ano horrendo.
Os velhos caminhos coloniais, ainda alheios à existência de automóveis, se encheram de famintos em buscas de qualquer possibilidade de socorro.
O desespero desenraizava o homem da terra e foi do desespero que nasceu o açude Lima Campos, construido com uma mão-de-obra que não reivindicava outra coisa a não ser um prato de comida para não morrer de fome.
O IFOCS - Inspetoria Federal de Obras Contra a Secas desengavetou os empoeirados projetos elaborados em 1912 e 1913.
Rapidamente corrigiu o principal problema técnico que adiara por tantos anos a construção do açude, reduzindo a capacidade de armazenamento de água para 60 milhões de metros cúbicos, a metade do quew previa o projeto original, uma capacidade compatível com o potencial hídrico da bacia do rio São João.
E movido pela a urgência que atropela a burocracia, arregaçou as mangas e partiu para realizar a obra imediatamente.
Ainda em abril daquele ano começou o alistamento de flagelados para realizar a obra.
Na estação de trens de Água Verde, relativamente próxima do Estreito, foram despejados milhares de famintos. Procediam das localidades de Buriti e Carius, onde aos boatos de que ali seriam construídos açudes ajuntaram-se flagelados das mais diversas plagas sertanejas.
Eram na maioria descendente de índios e negros os mais susceptíveis aos efeitos danosos das secas.
Em um Brasil ainda profundamente marcado pela lógica brutal do colonizador e de seus descendentes, essas pessoas foram conduzidas nos trens em vagões fechados, como se fossem animais, ante a indiferença quanto a se possuíam ou não água para beber e comida para comer.
Algo muito parecido ao que hoje muitos vemos em filmes: o transporte de judeus em trens para os campos de concentração nazista.
No local da obra, continuava o mesmo calvário.
Os flagelados eram postos em abrigos coletivos cobertos de palha ou de zinco.
Eles faziam suas necessidades fisiológicas em grandes buracos cavados para tal fim, reinava no grande acampamento, uma promiscuidade apocalíptica, agravada, cada vez mais na medida em que chegavam mais e mais flagelados, seja de trem ou de caminhando procedentes de confins assolados pela seca.
De início, o alistamento era criterioso, conforme as necessidades do projeto, mas depois, devido à enorme afluência de flagelados, todos eram alistados, serviço não faltava, porque além do açude, era necessário transformar os antigos caminhos coloniais do município de Icó em estrads para os caminhões que trariam cimento e ferramentas de trabalho.
Tanta gente amontoada em condições tão precárias fez surgir epidemias de tifo e paratifo.
Um médico, um farmacêutico e enfermeiros.
Eles atendiam apenas os casos mais grande quantidade, que nunca foram contadas, e que aconteciam a cada dia que Deus dava, até que a epidemia fio debelada.
O santo evocado como protetor contra as epidemias, São Sebastião, é o padroeiro da vila Lima Campos.
Sabe-se que a escolha desse santo padroeiro, nos tempos da construção do açude, foi iniciativa da esposa do responsável pela a obra.
Ela ao que parece pretendia vincular o nome do marido, Sebastião de Abreu, à devoção daquela comunidade.
Foi Sebastião de Abreu que construiu a capela consagrada ao santo que hoje é ensejo para a festa religiosa que acontece anualmente a cada mês de janeiro, festas que atrai gente do Icó e dos sítios e fazendas da circunvizinhança.
Uma festa comovente pelo fervor místico e pelas emoções que desperta.

"... Foi imcumbido da construção do açude o grande prático de construções de açudes.
Sebastião de Abreu, qual chegava ali na casa grande da fazenda Estreito, no dia 13 de abril de 1932, em um dia de quarta-feira às 09 horas da manhã. Instalaram-se e imediatamente iniciaram o alistamento para atender cerca de 3.000 pessoas que já aguardavam socorro.
No momento não foram alistado todos quantos estavam ali, bem como os que chegavam de instante a instante.
O encarregado da obra, para normalizar a situação, mandou colocar um enorme curral de cuja abertura única os flagelados saíam, um a mil réis para sua manutenção isso se manteve por vários dias ou meses.
Até que as encomendas de ferramentas feitas no sul do país ou na América do Norte fossem recebidas.

(LIMA.Miguel Porfírio.Historia da Construção do Açude Público Lima Campos em Icó- Ceará, na História das Seca de 1932.Icó DNOCS.1998.)

Extraìdo do livro: Bem Vindo ao Reino do Louro e da Peixada. (José Mapurunga)

IMAGEM DO DIA

Açude de Lima Campos / Ceará


Foto: Bete Maciel

ALÔ DO DIA !!!!!


O alô de hoje vai para a Rejane Moreira em Maracanaú - CE, sempre conectada ao Blog do Lacy.

1º ARRAIÁ DO CUMPADI MOCÓ, NO GH2 - ICÓ - CE


sábado, 16 de junho de 2012

ANIVERSÁRIO DO "CARRASCO DO TUCUNARÉ" DEUSIMAR OLIVEIRA


                                          


DA SÉRIE: FIGURAS FOLCLÓRICAS DE LIMA CAMPOS - CE


Cleirton, (Pibito).

AÇUDE LIMA CAMPOS - CEARÁ

Açude de Lima Campos - Ceará

Foto: Bete Maciel

IMAGEM DO DIA

Dacildo Mourão e Lacy Carvalho

Em toda a história do futebol cearense apenas um árbitro do Ceará, dos quadros da FCF, colocou no peito o escudo da FIFA. De personalidade forte, Dacildo Mourão apitou grandes decisões pelo o Brasil e ficou conhecido como o "rei do cartão".

sexta-feira, 15 de junho de 2012

ALÔ DO DIA !!!!


O alô do dia hoje é para o conterrâneo Cícero que mora em São Paulo e sempre acessando o Blog do Lacy.
Valeu Cição!!!!!!

DIRETO DO TÚNEL DO TEMPO


Em pé.: Itapuan, Wileimar, George, Aldo Júnior, Exmardo, Sérgio e Dênis Brasil.
Agachados.: Gê da Gerência, Marcelo, Eduardo e Zé Aécio.

MORENO'S BAR- LIMA CAMPOS -CEARÁ

quarta-feira, 13 de junho de 2012

AOS LIMACAMPENSES DE BRASÍLIA COM CARINHO...




ALÔ DO DIA


O alô do dia hoje vai para Vinícius Nogueira em Fortaleza sempre acessando o Blog do Lacy.


FÁBRICA DE GELO DE LIMA CAMPOS - CEARÁ




Fábrica de gelo da Colônia de Pescadores de Lima Campos - Ceará, Z-28, onde tem como o presidente  Antônio Muniz.