terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

PEIXADAS DE LIMA CAMPOS É DESTAQUE NO DIÁRIO DO NORDESTE

Sabores, cheiros e cores. Estas sensações que a peixada icoense pode passar aos seus degustadores, através do distrito de Lima Campos, foi apresentada neste domingo [5], no caderno Regional do Diário do Nordeste.


A matéria, assinada pelo repórter Honório Barbosa, apresenta este patrimônio imaterial de Icó e todo o seu processo. De marca ímpar e gerador de renda na comunidade limacampense, a peixada apresenta, sobretudo, o amor dos que a fazem, que veem no alimento uma forma de trabalho e de preparar um alimento saudável.

Entre o tucunaré e a tilápia, histórias simples e exemplos com Zeca da Peixada e Xixico que, apesar de não serem icoenses de nascimento, tornaram-se filhos por adoção e opção, potencializando a localidade, o cardápio e o reservatório que abastece os icoenses.


CENTRO-SUL - Peixadas são referência no Estado e atraem turistas

Inaugurada em 1960, a peixada mais antiga do distrito de Lima Campos já se tornou tradicional para visitantes de Icó

Icó. No Distrito de Lima Campos, zona rural deste Município, caminho obrigatório para quem segue viagem para a cidade de Orós pela rodovia CE-153, estão as tradicionais peixadas do Zeca e do Xixico. Restaurantes simples que oferecem peixes da água doce. Esses estabelecimentos são referências no Ceará e atraem, ao longo do ano, milhares de visitantes. Nesta época, em que chega a dobrar o número de turistas oriundos da região e de outros Estados, a movimentação é intensa, particularmente nos fins de semana.

Saborear a peixada na Vila de Lima Campos é uma tradição que se mantém desde a década de 1960. O peixe principal é o tucunaré, mas, nos últimos anos, a tilápia vem ocupando espaço. O cardápio inclui peixe frito, cozido, filezinho ao molho, pirão, porções de arroz, baião-de-dois e vinagrete. A mesa é farta e o preço é satisfatório. Uma peixada para duas pessoas custa R$ 20,00, mas, se o cliente preferir, pode saborear o rodízio ao preço individual de R$ 15,00.

Atualmente, as duas peixadas funcionam lado a lado, em frente à praça principal da vila. São instalações simples, de paredes conjugadas, com pouca ventilação, mas que oferecem a iguaria de sabor próprio, apreciada pelos clientes.

O restaurante mais antigo, que se mantém em atividade desde a década de 1960, é a Peixada do Zeca, que pertence ao funcionário público aposentado José Gomes Loiola. O Zeca da Peixada, como é conhecido, nasceu em Sobral, mas foi morar em Lima Campos em 1966. Foi pescador e, em 1976, adquiriu do irmão, Francisco Valdeberto Loiola, o restaurante.

No ano passado, fez uma reforma na casa, que ficou mais ampla e com instalações modificadas. "Sempre acreditei no sucesso da peixada e então dediquei a minha vida a essa atividade", diz. Hoje, conta com a ajuda de dois filhos e do trabalho de oito funcionários.

O empresário prefere não revelar o retorno financeiro da atividade. "Está bom, mas o lucro é pequeno, porque vendemos uma coisa só e o nosso prato é barato", explicou. "Acho bom trabalhar, não me canso e estou satisfeito porque quando o cliente termina de comer diz que a comida estava gostosa, volta outras vezes e fala para outras pessoas sobre a nossa peixada". As duas peixadas vendem em média 700 quilos de pescado por semana neste período do ano.

No início, o peixe era oriundo do Açude Lima Campos, mas, por conta do aumento da demanda e da escassez de tucunaré nos reservatórios da região, passou-se a comprar pescado do Pará.

O peixe servido em Lima Campos é saboroso e o segredo está no modo de preparar, em fogão velho, de ferro, a lenha, e por ser frito na hora. Tem o tempero da culinária rústica sertaneja. Na cozinha dos restaurantes, cada funcionário tem a sua atividade específica: tratar o peixe, fazer os pedacinhos de filé, preparar o arroz, o baião-de-dois, cozinhar e fritar o pescado. A divisão de tarefas facilita a produção e favorece a rapidez no atendimento a dezenas de clientes. O filezinho foi levado no início da década de 1990, por Zeca, após observar a técnica de filetagem de tucunaré em Orós. A ideia deu certo.

CASAS SIMPLES - Francisco Clemente Neto é o conhecido Xixico, que nasceu em Orós, mas desde 1958 reside em Lima Campos. Também foi pescador, cozinheiro e, há alguns anos, é proprietário do restaurante que leva o seu nome, Peixada do Xixico. A casa é simples, mas mantém a delícia e o sabor peculiar que fez a fama e a tradição do local. "Vir a esta região e não comer a peixada não tem sentido", observa Xixico. "Vem muita gente de fora, de outros Estados e todos saem satisfeitos, falando que não existe peixada melhor, mais gostosa do que a nossa", garante.

Os consumidores apreciam o sabor do pescado frito ou cozido. O funcionário público Luiz Fernando, morador da cidade de Cajazeiras, na Paraíba, é outro cliente assíduo. "Sempre que vamos à Fortaleza, incluímos no roteiro o almoço em Lima Campos", diz. A estudante Camila Moreira, de férias em Icó, acompanhou uns amigos e saboreou pela primeira vez o tucunaré frito. "É muito saboroso. Antes de voltar para Recife, quero vir aqui almoçar outra vez".

fonte: Diário do Nordeste

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