sexta-feira, 13 de agosto de 2010

BACIA DO AÇUDE LIMA CAMPOS



Produtores rurais da bacia do Açude Lima Campos, neste Município do Centro-Sul, reivindicam instalação de rede de energia elétrica para possibilitar a irrigação de lavoura de milho, feijão e capim. Segundo os agricultores, o uso de motobombas movidas a óleo diesel inviabiliza o custo de produção em face da elevada despesa.

Construído em 1932, o Açude Lima Campos é um dos mais antigos do Nordeste. A obra foi feita pelo Governo Federal e tinha por objetivo combater uma seca que assolava o Ceará e abrir frentes de trabalho para os camponeses. Decorridas sete décadas, ainda há áreas no entorno da barragem que não dispõem de eletricidade.

O produtor rural, Inácio Sobreira, sonha em ver a propriedade beneficiada com energia elétrica. "Seria tudo diferente. Daria para irrigar o plantio de milho e capineira". Explica que o uso de motores a óleo diesel tem custo elevado e inviabiliza a produção. "Não compensa".

A poucos metros de distância da propriedade de Inácio Sobreira passa uma rede elétrica de alta tensão e há distribuição de energia para áreas próximas. "Já fizemos solicitação, mas uma empresa contratada pela Coelce colocou dificuldades e disse que só atende as áreas onde existem residências habitadas". Há mais de três décadas que ele cultiva milho, feijão e capineira numa área de três hectares, na bacia do Lima Campos. A água do açude banha as terras do produtor que, sem irrigação, depende da chuva para colher os frutos da terra. É o chamado cultivo de sequeiro.

"Estamos aqui molhando os pés na água do açude, mas já perdi uma planta por falta de chuva. Isso é um absurdo". Se a área fosse beneficiada com energia possibilitaria a irrigação com o uso de motores elétricos. "Aqui seria uma riqueza, pois temos água suficiente para aguar", disse Sobreira. "Teria produção e capim para alimentar o gado o ano inteiro".

Outros produtores no entorno do Açude Lima Campos também lamentam a falta de energia elétrica nas propriedades rurais. "A gente não entende porque isso acontece", disse Roberto de Souza. "Toda essa área era para ser de grande produção". Coragem para trabalhar o sertanejo tem, mas, na maioria das vezes, falta apoio, implantação de políticas públicas, incentivo e infraestrutura rural. Na outra margem do açude, no Sítio São Paulo, produtores rurais como Diassis Ferreira, José Nonato, Vicente Dias e Bonfim Noé também esperam há décadas pelo benefício da energia elétrica em suas propriedades. Todos sonham com a possibilidade de, no período do verão, fazer o cultivo de vazantes irrigadas em suas terras. Na margem do Córrego da Gia, Francisco Ferreira, Tião Brasil e Enoque Oliveira também aguardam a chegada da energia elétrica em suas áreas de cultivo. Nos últimos anos, houve investimento e expansão da rede elétrica rural, mas esse benefício ainda não alcançou o entorno de um dos mais antigos açudes do Nordeste, o Lima Campos, que é administrado pelo Dnocs.

Fonte: Diário do Nordeste

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